Aconteceu ontem aqui em Brasília mais uma Terça da Inovação. Projeto do Instituto Illuminante que visa promover encontros, reflexões e debates sobre a inovação na sociedade moderna.
A palestra de ontem foi com o Tenny Pinheiro, Founder & CEO da LiveWork no Brasil. Também é autor do best-seller brasileiro Design Thinking Brasil e do recente The Service Startup – Design gets Lean, lançado no mundo todo. Ele falou um pouco sobre o que é Design Thinking e como essa mentalidade pode ajudar não só as empresas, como também no desenvolvimento de ideias que ajudem na melhoria da nossa sociedade.
Mas bem, o que é Design Thinking?
Na definição do termo encontrado no Wikipédia: “Design Thinking é o conjunto de métodos e processos para abordar problemas, relacionados à aquisição de informações, análise de conhecimento e propostas de soluções. Como uma abordagem, é considerada a capacidade para combinar empatia em um contexto de um problema, de forma a colocar as pessoas no centro do desenvolvimento de um projeto.”
Em sua palestra, Tenny coloca que o Design Thinking é a combinação de empatia, colaboração e experimentação:
“Um designer é uma síntese de artista, inventor, mecânico, economista e estrategista revolucionário”.
R. Buckminster Fuller.
O que 7 bilhões de pessoas fazem no mundo?
- Mais de 400 milhões são empreendedores;
- 430 milhões estão desempregados;
- 577 milhões estão acima dos 64 anos;
- 800 milhões trabalham na indústria;
- 1,4 bilhões trabalham na agricultura;
- 1,9 bilhões são jovens demais para trabalhar (0-15 anos);
- 1,4 bilhões trabalham em serviços.
Herdamos um legado industrial que foi concebido na ideia de produção e venda e que transformou produtos/serviços em processos que resolviam problemas imediatos, mas que não pensavam nas pessoas e nem nas consequências dessa produção a longo prazo. Nossos sistemas de transporte por exemplo, forneciam o mínimo de conforto para o máximo de eficiência – mais passageiros possível por vez. Formato esse que se mantém, de forma colapsada, até os dias de hoje.
Já para a área de serviços, adaptamos a mesma mentalidade de produção e entrega sem pensar no usuário final. Um bom exemplo disso são operadoras de celular que fazem ofertas para conquistar novos clientes e não oferecem nenhuma condição especial para clientes antigos. Uma vez que a venda foi feita, a empresa esquece desse consumidor e não trabalha o relacionamento com ele.
Os processos relacionados aos serviços de transporte, de saúde e segurança por exemplo foram criados por quem não os utiliza e por esse motivo, não atendem a real necessidade do consumidor final. A inteligência aplicada nesses processos só favorece os fornecedores dos mesmos, que só pensam em reduzir custos e aumentar lucros.
Design não é uma profissão, mas uma atitude. Design tem muitas conotações. É a organização de materiais e processos de forma mais produtiva, e em equilíbrio com todos os elementos necessários para uma certa função. É a integração dos requerimentos tecnológicos, sociais e econômicos, das necessidades biológicas e dos efeitos psicológicos dos materiais, cores, formas, volume e espaço.
É pensar em relacionamentos.
– Laszio Mahaly-Nagy.
Tudo é serviço e projetar serviços é projetar uma jornada, e isso significa desenhar momentos nas vidas das pessoas. Existe uma diferença entre pensar em produto e pensar em serviço. Quando se pensa em serviço automaticamente a gente pensa em essência, a razão daquilo existir. Design Thinking é fazer com que pessoas e organizações pensem no novo e numa forma de inovar frente as complexidades do dia a dia.
“O designer que se deixou dominar pela ferramenta, faz tempo, já não é designer.”
Tenny Pinheiro – Service Thinker + Founder / Eise
😉