A nova classe C: Você está preparado para vender para eles?

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Durante o Fórum de E-Commerce Brasil 2014, Renato Meirelles lançou seu livro Um País Chamado Favela e apresentou os dados mais recentes sobre a nova classe C e sobre as características desse e-consumidor emergente.

Na última década, a renda familiar média dos 25% mais pobres foi a que mais cresceu no Brasil. Entretanto, o Brasil é um país desigual, metade dos brasileiros tem renda domiciliar per capita de até R$513 por mês enquanto apenas 5% dos brasileiros tem renda domiciliar per capita de R$2.450 ou mais por mês.

O que classifica ser classe C?
A tabela abaixo apresenta os critérios da classificação econômica.

arte classe media 2014

Na palestra, Renato apresenta que a desigualdade não é exclusividade do Brasil, o mundo é desigual. 54% da população mundial vive com renda inferior a R$ 320,00 por mês e apenas 18% possuem renda superior a R$1.120,00.

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Mas a tendência para os próximos anos é de crescimento da classe média. A previsão para 2023 é de que a classe C represente quase 60% da população do Brasil.

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O Brasil tem 12 milhões de pessoas morando em comunidades. Se essa população formasse um estado, seria o quinto mais populoso do país. Entre os dados econômicos, elas movimentam 64,5 bilhões de reais por ano, valor que representa o PIB da Bolívia. 2/3 dos moradores de favelas pertencem a metade mais rica do mundo.

A tecnologia na comunicação já é realidade.

  • 85% dos moradores das favelas tem celular;
  • 22% tem smartphone;
  • 25% dos moradores das favelas tem celular com 2 ou mais chips.

O jovem da favela é quase tão conectado quanto o jovem do asfalto: 52% já são internautas.

Os que possuem acesso a internet são:

  • 47%: De 16 a 29 anos;
  • 41%: De 30 a 49 anos;
  • 12%: 50 anos ou mais.

Na redes Sociais:

  • 85% dos internautas das favelas tem FACEBOOK;
  • 15%: Possui Twitter;
  • 12%: Possui WhatsApp;
  • 11%: Possui Instagram;
  • 4%: Possui LinkedIn.

Possuem valores diferentes:

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O que a elite pensa sobre a nova classe média?

  • 55% – Produtos deveriam ter versões para ricos e pobres;
  • 50% – Preferem ambientes com pessoas do meu nível social;
  • 26% – O metrô aumenta a circulação de pessoas indesejáveis na região;
  • 17% – Todos os estabelecimentos deveriam ter elevadores separados;
  • 17% – Pessoas mal vestidas deveriam ser barradas em certos lugares.

A classe média é maioria em números de plásticos de cartões de crédito:

  • Classe Alta: 55 milhões de plásticos
  • Classe Média: 103 milhões de plásticos
  • Classe Baixa: 25,6 milhões de plásticos

A nova classe média irá consumir R$ 1,21 trilhão de reais em 2014.

Quantos mais jovem é o brasileiro, maior é o percentual de acesso à internet:

  • Até 17 anos: 80%
  • De 18 até 24 anos: 78%
  • De 18 até 24 anos: 78%
  • De 25 até 39 anos: 69%
  • De 40 até 59 anos: 44%
  • 60 anos ou mais: 16%

O jovem é o novo formador de opinião da classe média brasileira.

Comparação da média de ganho entre pais e filhos segunda a classe econômica:

Classe Alta Classe Média
Pai R$ 100 R$ 100
Filho R$ 41 R$ 94

 

75 milhões de adultos da classe média acessam a internet.

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A classe média é maioria entre os usuários das redes sociais:

Twitter:

  • 38% Classe Alta
  • 50% Classe Média
  • 13% Classe Baixa

Facebook:

  • 35% Classe Alta
  • 52% Classe Média
  • 13% Classe Baixa

Nas redes sociais preservam-se parte dos hábitos sociais off-line e ampliam-se as redes de cooperação, confiança e inovação.

25,2 milhões de brasileiros compraram na internet nos últimos 12 meses.

E quanto mais jovens, maior é o percentual de compradores online.

  • De 16 até 24 anos: 39%
  • De 25 até 34 anos: 33%
  • De 35 até 49 anos: 25%
  • 50 anos ou mais: 16%

A classe média é maioria absoluta entre os e-consumidores: São 13,3 milhões.

  • Classe Alta: 32%
  • Classe Média: 36%
  • Classe Baixa: 21%

E como se comunicar e vender para essa nova classe média?
Comunicar é ser entendido.

O vocabulário, o repertório e os valores são distantes. As classificações e critérios técnicos não dialogam necessariamente com a lógica do consumidor. Existe uma dissonância cognitiva entre as diferenças culturais, educacionais, linguísticas, econômicas e de formação.

Práticas de sucesso com esse consumidor:

  • Relacionamento – Tecnologias e política de relacionamento;
  • Capilaridade – Disponibilização do produto/serviço em local de fácil acesso ao consumidor;
  • Clareza, didatismo e transparência – Comunicação clara e honestidade nas promessas;
  • Identificação e parceria – Utilização de referências próximas e exemplificação com base na realidade do consumidor;
  • Prestação de serviço – Percepção relevante pelo consumidor
  • Preço Justo – Compatibilização com a entrega.

O Data Favela foi a 63 favelas brasileiras em setembro de 2013 e entrevistou 2.000 moradores para compor a Radiografia das favelas brasileiras.

favela-aprovaUm País Chamado Favela também revela que 95% dos moradores se consideram felizes, 81% gostam de viver nas favelas e 66% não têm vontade de sair delas. Um em cada três moradores já se sentiu discriminado e 72% se declaram negros.

O Livro Um País Chamado Favela, de Renato Meirelles e Celso Athayde, foi lançado no começo desse mês e você encontra para comprar aqui.