A quantidade de tecnologias que surgem em intervalos cada vez menores é impressionante e por isso é muito importante entender seu impacto na sociedade e no mercado. Muitas tecnologias, quando introduzidas no mercado, são recebidas com excesso de euforia, viram moda, e depois de algum tempo esse entusiasmo passa e as pessoas percebem que não são solução pra tudo, causando uma decepção.
No entanto, depois desse período de decepção, cada tecnologia acaba alcançando seu papel real no espectro tecnológico – sem ser solução para tudo, mas tendo sua finalidade específica; e, neste momento de maturidade, alcança sua real importância no cenário mercadológico.
(Definição: MARTHA GABRIEL; RAFAEL KISO. Marketing na era digital). Esse processo foi batizado em 1995 de “Hype-Cycle”.
Hype-Cycle” é uma metodologia desenvolvida pela Gartner, uma empresa americana de pesquisa e consultoria em tecnologia da informação para entender qual estágio um determinado assunto está. Ela entendeu que existe um padrão entre o surgimento e amadurecimento de uma tecnologia.
Ao identificar qual é o momento do ciclo da tecnologia, é possível decidir se você deve ou não adotá-la, de modo a inovar de maneira precisa, minimizando os riscos de adotar uma determinada tecnologia só porque ela está “na moda”.
O Hype-Cycle pode ser representado em 5 fases:
A primeira fase é “Gatilho da tecnologia”, que é quando uma tecnologia começa a ser muito divulgada pelos meios de comunicação, despertando o interesse das pessoas.
A segunda fase é a do “Pico das expectativas infladas” e representa o auge da popularidade da tecnologia e das expectativas geradas por ela.
A terceira é a “Depressão da desilusão” e é quando as tecnologias falham em atender às expectativas e saem de moda.
A quarta é a “Ladeira do esclarecimento” que é quando, após o exagero e declínio, restam o aprendizado e uma forma mais madura de entender como essa tecnologia pode ser melhor aplicada.
A quinta e última fase é o “Platô da produtividade”, que é a fase de maior estabilidade da tecnologia, quando ela é aceita pelo público de maneira real, menos exagerada. Passou por melhorias e consegue atender as necessidades para a qual foi desenvolvida.
Na prática, o hype-cycle de determinada tecnologia ajuda a avaliar em que estágio esta se encontra após sua introdução e quando atingirá o platô da produtividade. Alguns exemplos de tecnologias que estão em diferentes estágios do ciclo são:
- Aplicativos de mensagens (como Whatsapp e Facebook Messenger) que já alcançaram o platô de produtividade. Depois do seu lançamento, os apps de comunicação foram adotados de forma maciça como “solução” da comunicação. Depois de um tempo, percebeu-se que não eram ideais quando se necessitava de assincronicidade ou rastreamento de assuntos. Atualmente, são amplamente utilizados para comunicação síncrona que se beneficie do formato instantâneo e curto.
- Outro exemplo é a inteligência artificial para marketing. Apesar de a Inteligência Artificial ser um assunto antigo, somente agora está vivendo o período de “pico das expectativas” para o marketing. O gatilho para disparar a entrada da inteligência artificial no marketing foram os lançamentos de APIs por parte de grandes players como IBM, Amazon e Google, que possibilitam o uso de maneira simples. Nesse estágio, em razão do encantamento tecnológico, proliferam aplicações que usam essa tecnologia, e muitas delas são apenas pirotecnia tecnológicas.